Aprender a deixar de criticar algo que pode ser que se gosta fez parte deste dia tão especial, o dia do primeiro grande show de 2009.
No início sabia que aquele dinheiro tinha sido gasto para estar ao lado da melhor amiga em seu tão espero momento e também por encontrar pessoas distantes. O fato é que nem tudo é do jeito que esperamos, tanto o encontro quanto a possível decepção ao ver seus artistas não-prediletos.
A falta de organização na vida e no show não atrapalharam a performance de grandes nomes. Ao chegar num lugar chamado chácara, percebemos a estrutura arcaica do lugar, que, além de longe do centro do mundo, não era bonito e nem causou aquela surpresa boa ao ficar de frente com um palco. É nessas horas que lamento o fim do Planeta Terra na Villa dos Galpões, se ninguém pensar em uma estrutura Skol Beats de ser, corremos o risco de repetir a sensação do Just A Fest. Mesmo assim, a luz do dia nos ajudou a encontrar um bom lugar, bem perto do palco (mas não do vocalista, já que estávamos abaixo de um dos telões) e longe de qualquer possibilidade de encontrar amigos, infelizmente.
Após aguardar o suficiente para me estressar com músicas horríveis do set list entre-shows (será que os organizadores nunca ouviram falar do LastFm?), Los Hermanos entram no palco causando gritos e chiliques de dezenas de pessoas ao lado. Começam com a música que todo mundo conhece, e, aos poucos, acabo me rendendo ao carisma contagiante de Rodrigo Amarante, melhor voz, melhores letras, melhor carão, enfim, melhor item da banda, que ainda insiste em ser lembrada por meio de Marcelo Camelo, que deve continuar com seu solo violão-Mallu-mpb. Apesar de ter o que seria o último show da banda no meu line up pessoal, prestei maior atenção às músicas e gostei do que assisti. Um porém: a canção que eu tanto queria ouvir não foi tocada e o bis não aconteceu. Talvez um problema a menos para a minha carga emocional extremamente aflorada no dia.
Algum tempo de espera e todos os instrumentos fora do palco depois, eis que os velhinhos entram em cena com seus teclados e afins, os “homens máquinas”. Mais do mesmo essa tecnologia toda? É só não esquecer que eles fazem isso muito antes do nosso nascimento. A plateia ao nosso lado classificou o som como cansativo, eu e mais meia dúzia de paranaenses, extasiados com o desempenho que juntou voz, teclado, efeitos e imagens, queríamos mais e mais. Dessa forma, consegui aproveitar muito bem o espetáculo, marcado com grandes momentos de euforia, como em Tour de France, Das Modell, Autobahn e The Robots. Apesar da frieza contagiante do quarteto alemão, o agradecimento como se fossem músicos clássicos (e não?) aconteceu com certo alívio da multidão, a expectativa ao meu redor era do tamanho da vontade de segurar uma lágrima.
Continua…
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